A Resolução da Anvisa 216 de 2004, que trata das boas práticas em serviços de alimentação, não especifica qual é o tipo nem em que momentos os manipuladores devem usar luvas. Reforça, por outro lado, a necessidade frequente de anti-sepsia das mãos. Gostaria, neste artigo, de fazer algumas inferências sobre o uso das luvas e os diferentes materiais, seus tipos e a recomendações, de acordo com a minha experiência ao longo dos anos de consultoria para a área de alimentos.

nada substitui a mão bem lavada e
higienizada adequadamente.

Vamos lembrar que o controle sanitário na área de alimentos visa a proteção da saúde da população e essa deve ser a preocupação que baliza as ações de higiene e segurança dos alimentos. Atualmente temos uma gama de luvas com composição químicas diversas: luvas de látex, luvas de vinil, luvas nitrílicas, luvas de plástico comum.

As luvas de látex podem causar problemas ao manipulador, se o mesmo for alérgico ao látex. Assim como as que possuem pó (amido) dentro delas. Elas devem ser evitadas por estes motivos: presença de alérgenos e disseminação de pó pela produção, trazendo contaminação cruzada para as cozinhas. Já as de látex reforçadas são recomendadas para limpeza e faxinas em geral, sendo resistentes e podendo ser reutilizadas, desde que conservadas corretamente.

As luvas de vinil são mais adequadas pois são transparentes, o que permite “enxergar” se está na hora de trocar. Além disso, na prática, elas não resistem por mais de 1 hora de uso. Portanto, são recomendáveis para processos internos específicos e que tem um tempo de duração definido.

As luvas nitrílicas são mais resistentes, porém observa-se comumente o uso de luvas coloridas, especialmente as pretas. Acredito que a cor preta “esconde” a sujeira e leva o manipulador a acreditar que está usando um EPI seguro, enquanto na verdade está distribuindo contaminação cruzada pela produção.

Existem também luvas plásticas finas que servem apenas para proteção rápida das mãos e finalização de pratos. Não apresentam nenhuma resistência térmica, durabilidade e não devem ser usadas perto de fogões e chapas. Aliás, todos os tipos de luvas devem ser evitados perto de fontes de calor pois podem causar acidentes ao colaborador.

Resumindo, não existe uma recomendação exata nem leis que tratem deste assunto. O que podemos recomendar fortemente é o que diz o item 4.10.2 da RDC 216, de 2004: “os manipuladores devem adotar procedimentos que minimizem o risco de contaminação dos alimentos preparados por meio de anti-sepsia das mãos, ou seja, lavagem correta e periódica e pelo uso de utensílios ou luvas descartáveis”.

Portanto, como sempre orientamos: nada substitui a mão bem lavada e higienizada adequadamente.

As boas práticas de higiene devem ser constantes e obrigatórias para todos os supervisores, gerentes, manipuladores, atendentes, ou seja, para todas as pessoas envolvidas na manipulação dos alimentos.

Tem outras dúvidas? Entre em contato conosco, trabalhamos para manter a sanidade e integridade dos alimentos, através da Gestão de sua cozinha.

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